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  • Foto do escritorLivia Tiemi

Atualizado: 13 de mai. de 2019

O livro "Raízes do Brasil", escrito por Sérgio Buarque de Holanda, traz a história do Brasil, desde a época colonial, com a intenção de analisar a situação do país na época em que foi escrito. Considerando todo esse contexto histórico, até os dias atuais tais análises são importantes, pois o impacto do período colonial continuam presentes. Quando foi publicado, em 1936, foi inovador no sentido de incitar o surgimento de uma identidade nacional.


O capítulo "O Semeador e o Ladrilho" trata de questões mais particulares da colonização. O objeto de discussão principal nessa parte da obra, que baseia todo seu argumento, e que está diretamente relacionado à ordem urbana, é a ideia de que a cidade é um instrumento de dominação do homem. A estrutura da cidade possibilitou o surgimento de órgãos de poder que controlam a população.


Partindo desse princípio, Sérgio Buarque de Holanda compara especificamente as diferenças entre a colonização portuguesa e a espanhola no Continente Americano. Segundo Sérgio Buarque, os espanhóis seriam os ladrilhadores, pela presença de coordenação em seus planos colonizadores. Eles queriam que as suas novas terras tivessem uma certa semelhança com seu país de origem, por isso houve um planejamento na construção e ordenação das cidades, abrindo espaço, posteriormente, para a doutrinação do povo conquistado, é uma colonização "trabalhadora", considerada metódica e planejadora. Em contrapartida, os portugueses aparecem como os semeadores, caracterizados como desleixados, que sem muito planejamento constituíram sua dominação, atrás de propósitos comerciais, se preocupando pouco com a ordem das cidades, eles não enxergavam a colônia em continuidade com a metrópole. Era uma colonização "aventureira", que valoriza as novas experiências e rejeita o trabalho tradicional.


Os portugueses também optaram por uma ocupação majoritariamente no litoral do país, diferente dos espanhóis que habitaram os interiores. Foi somente com a descoberta das minas que os colonizadores acabaram ocupando mais território no interior do Brasil, e foram obrigados a ordenar mais sua ocupação. A dominância territorial pouco firme e organizada dos portugueses fica claro quando analisamos o modo com que ela se molda ao redor da natureza presente.


O capítulo nos traz uma noção do funcionamento das cidades, a relação que ela impõe aos homens e principalmente mostra como ocorreu a ocupação colonial no Brasil, em comparação com outros países da América, que tiveram uma colonização espanhola. É possível, dessa forma, traças paralelos entre os modos de dominação portuguesas e as consequências que essas decisões tiveram nas cidades



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  • Foto do escritorLivia Tiemi

"O semeador e o ladrilhador" é um capítulo do livro "Raízes do Brasil".

A obra trata da história da cultura brasileira, o capítulo em questão tem enfoque nas cidades e no contexto histórico de seus surgimentos.

O livro foi lançado em 1936, pela editora Editora José Olympio.

A sua última edição foi em 2016, pela Companhia das Letras.

Foi escrito por Sérgio Buarque de Holanda, historiador e jornalista. Também foi pai do cantor e compositor Chico Buarque.

O livro já traduzido e publico em diversas línguas como italiano (1954), espanhol (1955) , japonês (1971, 1976), alemão, francês, e inglês.


"Raízes do Brasil" foi escrito como um ensaio e dividido em sete partes:

  1. Fronteiras da Europa

  2. Trabalho & Aventura

  3. Herança Rural

  4. O Semeador e o Ladrilhador

  5. O Homem Cordial

  6. Novos Tempos

  7. Nossa Revolução


Capa do livro "Raízes do Brasil"

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  • Foto do escritorLivia Tiemi

Atualizado: 13 de mai. de 2019

O artigo "Perspectivas sobre São Paulo: o desafio de reconstruir a ordem urbana" traz a tona uma visão diferente de outros meios culturais que venho consumindo sobre o assunto. Produto de uma plataforma especializada em urbanismo e os projetos de ordenação das cidades, seria de se esperar que a perspectiva fosse diferente, mais direcionada. Ele trás à discussão um aspecto legal e político, que nos mostra as possibilidades de mudança para uma cidade como São Paulo.


Ele inicia falando sobre o Estatuto da Cidade, e partir daí algumas ações que poderiam derivar para reordenar a cidade. Em todo o momento o aspecto da ordem está ligado á questão social, o que torna mais evidente como os assuntos andam juntos e como não devemos trata-los como dois agentes separados. Pois a desordem urbana prejudica justamente aqueles que sempre foram marginalizados física e socialmente.


Um dos pontos principais do artigo é de considerar a "cidade real", o que, ao meu ver, é enxergar a cidade como ela é, e reconhecer a presença dos conflitos, que ele afirma serem permanentes. Outra afirmação importante é a de que é necessário observar a questão partindo da gestão cotidiana. Toda essa mentalidade nos obrigada a ver os problemas como eles são, enxergar como se manifestam no dia a dia e trata-los como questões sociais a serem mudadas.


O autor enfatiza a todo momento o limite entre direito de propriedade do solo e direito de construir. Um dos mecanismos mais citados é o de criar zonas de acolhimento da população necessitada, já que há um deficit de habitações na cidade e modos de incentivar a ocupação de espaços que não estão sendo utilizados ou que são subutilizados. Um dos métodos seria cobrar um imposto progressivo para esses espaços ociosos.


Essas medidas iriam acolher pessoas que dependem delas, proporcionar um melhor aproveitamento dos espaços urbanos e controlar a expansão desordenada da cidade. Visando um modelo de cidade mais compacta.


O artigo foi publicado em 2013, essas mudanças podem levar anos para se concretizarem, e atualmente podemos ver movimentos de ocupações acontecendo na cidade. Mas é necessário refletir a respeito do aspecto legal e governamental trazido no artigo, se de fato as medidas então sendo implantadas da forma ordenada como ele propõe e se elas não passam de uma idealização que ainda está longe de acontecer de fato.



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